quarta-feira, 25 de junho de 2008

Antes de tudo!

Bem antes da invenção da roda e, portanto, da bicicleta aro 20, alguns humanos não conseguiam explicar fenômenos naturais diários (a chuva, a seca, a vida, a morte, a dor). Diante dessa frustração e da falta de argumentos convincentes, criaram um ser que, apesar de se assemelhar a nós, “sapiens sapiens”, tinha o poder da criação, como também da condenação e absolvição.

Este fato, que extraordinariamente “revoluciona” as dúvidas momentâneas, ganha adeptos e mais adeptos, formando uma cultura mítica, onde a relação entre meio natural e homem seria regularizada a partir da vontade sobrenatural do criador, o qual foi criado pelos futuros criados.

Nasce assim a primeira grande contradição: o homem depois de criar um deus para sentir-se mais seguro e não ter o desconforto das possíveis dúvidas inverte a posição de criador do deus e passa ser uma criatura deste. Ou seja, ele se deixa dominar pela alienação, alimentando-a e criando futuramente as religiões.

Tal inversão vai ser a principal culpa de frases sem nexo, como aquelas que estamos sujeitos a escutar, ou mesmo citar: “graças a Deus não errei ou me machuquei!”, “se Deus quiser irei acertar um tail whip!”... Mas por quê?

Simplesmente porque sofremos males dos quais não deveríamos sofrer, porque existem fenômenos que não estamos aptos a responder, porque temos esperança no mundo irreal, no qual a mudança acontecerá a partir de um milagre ou ajuda divina, e não do nosso suor e esperma.

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