terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cansei - Cansei - Cansei



Entendo que o Brasil seja um país de múltiplas culturas e sotaques. Compreendo também que o Estado brasileiro tenha sido extremamente ineficaz em sua política educacional, quanto a alfabetizar. E sei que o importante no processo da falácia é a comunicação. Mas cansei... cansei... cansei... Pois tudo tem um limite.
Neste corrente ano (2012), fiz uma conta na rede Facebook, com o objetivo de agregar meus amigos que estavam fora da minha realidade espacial residencial, e adicionei à minha lista de “amigos” e “colegas” um grande número de pessoas que praticam meu esporte, que Eu já conhecia, e um montante que não conhecia, e cheguei a uma não difícil conclusão: o povo do BMX é analfabeto funcional.
Segundo o MEC, os indivíduos que se encaixam perfeitamente no analfabetismo funcional são aqueles que sabem assinar corretamente seu nome, tendo dificuldades em escrever, criar ou organizar qualquer outro tipo de texto, ou mesmo escrever palavras simples. Tal conceito se encaixa perfeitamente à grande maioria dos praticantes do BMX, porque os mesmos, apesar de conviveram diariamente com termos como Feeble Grind, Bunny Hop, Tail Whip, Bar Spin, continuam a grafar essas palavras de forma cômica, isso se não fosse trágico.
Eu sei que a internet no Brasil deixa as pessoas mais burras, mas tudo tem um limite. Como o esporte, ou os esportistas do BMX, podem servir de exemplo às crianças, se tais praticantes não tem o mínimo domínio daquilo que é básico em qualquer sociedade não pré-histórica (a escrita)? Como um pai pode apoiar o convívio de seu filho com pessoas que pensam apenas em bicicleta e que detestam livros?
É importante que o BMX se consolide como um esporte de ação de ponta, mas para isso tem que existir atletas iniciantes, amadores e profissionais, que sejam referências para outras pessoas não só na questão atlética, mas também na questão de sucesso intelectual. Infelizmente esse analfabetismo é uma questão nacional, mas em se tratando do Nordeste, ele é mais forte. É fato que o governo é culpado, mas a maior culpa parte do é indivíduo, que se deixou entrar no abismo da ignorância, e que fez das obrigações escolares um inimigo público.


2 comentários:

Anônimo disse...

ótimo texto. parabéns Solano.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.